Redação Rios
SÃO PAULO (SP) – O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou o ex-deputado estadual Arthur do Val, também conhecido como Mamãe Falei, por falas sexistas sobre mulheres ucranianas. Ele é acusado de preconceito de gênero e discriminação.
O Estadão entrou em contato com o ex-deputado, que afirmou que ainda não foi intimado sobre a denúncia e que as acusações têm “teor político”.
A denúncia é mais um desdobramento dos áudios enviados pelo ex-deputado em um grupo no WhatsApp sobre o conflito entre a Rússia e Ucrânia. Ele afirmou que as mulheres ucranianas são “fáceis, porque são pobres”. A divulgação das mensagens levou à cassação do mandato de Do Val, em maio do ano passado, por quebra de decoro parlamentar.
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O MP afirma que afirma que o ex-deputado “preconceituosamente desqualificou” e “inferiorizou” as mulheres, “notadamente a dignidade e liberdade sexuais”.
“A prática misógina representa inaceitável, gravíssima e odiosa discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais”, diz um trecho da denúncia.
Promotoras de Justiça do Grupo de Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância do Ministério Público assinam a denúncia.
Cabe agora do Tribunal de Justiça de São Paulo decidir se recebe as acusações e abre uma ação penal contra o ex-deputado.
Uma queixa-crime sobre o caso na Justiça Federal já foi arquivada.
Confira na íntegra o posicionamento de Arthur do Val
“Não há nada que possa falar nesse momento sobre esse assunto, pois nunca fui intimado ou recebi qualquer comunicação oficial do Ministério Público.
Aparentemente, a denúncia foi oferecida com claro teor político, usando a estrutura do MP para, infelizmente, polemizar e aparecer – não à toa, a primeira coisa que fizeram foi jogar sua ‘denúncia’ no site do MP e mandar pra imprensa – embora o processo tramite sob sigilo, nem meus advogados ainda tiveram acesso.
Lembrando que todas as denúncias oferecidas contra mim sobre este episódio, onde fui acusado de praticar crimes de evasão de divisas e turismo sexual, já foram arquivadas.”
* Com informações da Agência Estado