Lauris Rocha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O Ministério Público do Amazonas (MPAM) arquivou, no último sábado, 16/11, o procedimento que investigava suposto desvio de finalidade envolvendo policiais militares durante as eleições de 2024. Segundo o órgão, as irregularidades detectadas já foram judicializadas, o que motivou o arquivamento.
Em nota divulgada nesta segunda-feira, 18/11, a assessoria do MPAM informou que “o procedimento está em sigilo, mas foi arquivado porque há uma ação judicial em trâmite sobre o caso”, declarou o promotor de Justiça Ricardo Mitoso, de Parintins.
A decisão teve como base documentos apresentados pelo Batalhão de Policiamento de Choque da Polícia Militar do Amazonas (PMAM) e pelos policiais investigados.
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Envolvimento da Rocam e denúncias de uso indevido de estrutura pública
Em agosto deste ano, a Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam) foi destacada, por ordem verbal e sem registro no sistema de gestão de documentos, para atuar em Parintins, município a 370 quilômetros de Manaus. A operação teria, supostamente, caráter eleitoral.
De acordo com as investigações, a Rocam estaria envolvida em uma “agenda secreta” que incluía ações para beneficiar um grupo político específico. Entre as denúncias, está a escolta à então candidata à prefeitura de Parintins, Brenna Dianá, do União Brasil.
Imagens de uma câmera de monitoramento residencial flagraram uma reunião entre secretários estaduais e policiais militares em uma casa. Na ocasião, teriam sido planejadas supostas ações ilegais em benefício da candidata, utilizando recursos da Segurança Pública do Estado. O caso gerou repercussão, levando o governador Wilson Lima a exonerar todos os investigados.
Decisão do MPAM
Em comunicado, o MPAM esclareceu que o arquivamento do procedimento, registrado como Notícia de Fato nº 001.2024.000569, ocorreu devido à existência de uma ação judicial em sigilo que engloba o mesmo conteúdo investigado.
“A autoridade ministerial decidiu arquivar a Notícia de Fato e inserir o conteúdo da mesma na ação em andamento. Assim, a atuação ministerial continuará no âmbito judicial.”
O caso continuará sendo acompanhado no âmbito judicial.