Patrick Motta Jr – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – A participação de mulheres na ciência é algo que vem sendo incentivado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). Desde 2015 a instituição busca fortalecer a igualdade de gênero e incentivar a participação feminina na pesquisa científica.
De acordo com o relatório “Em direção à equidade de gênero na pesquisa no Brasil”, lançado em março de 2024 pela empresa de Elsevier e a Agência Bori, a participação de mulheres na ciência brasileira cresceu 29% entre 2002 e 2022, mas a presença feminina diminui ao longo da trajetória acadêmica.
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Para mostrar a importância da iniciativa, o Portal RIOS DE NOTÍCIAS entrou em contato com a a jovem manauara Beatriz Andrade, de 20 anos, que é Cientista Cidadã e universitária de medicina, e com Jucimara Santos, agroecóloga e mestra em Agricultura no Trópico Umido pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
Ciência Cidadã
A jovem Beatriz se identifica como Citizen Scientist (Cientista Cidadã), onde cientistas e entusiastas do campo se juntam para coletar dados para pesquisas científicas, utilizando metodologias participativas desenvolvidas por cidadãos ou profissonais.

Beatriz já passou por projetos como o Caça Asteróides – National Aeronautics and Space Administration (NASA) & Internacional Astronomical Search Colaboration (IASC) -, LCO -, Imagens do Céu Profundo e Disk Detective (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI e NASA).



“Eu não me considerava cientista, era um sonho distante, até 2022, quando fui reconhecida como cientista cidadã em um projeto de astronomia amadora, no qual identifiquei mais de 30 asteroides. A ciência cidadã mudou minha vida, e única coisa que você precisa para participar é ter vontade de aprender e contribuir com as pesquisas”, explicou.
A universitária ressaltou o principal motivo de se incentivar a participação de mulheres na pesquisa científica. “As ciências, sobretudo exatas, são meios historicamente dominados por homens. Hoje em dia as coisas estão mudando, mas isso não apaga a importância do dia”, disse.
Valorização e reconhecimento
Jucimara Santos é agroecóloga, mestra em Agricultura no Trópico Umido pelo INPA e se identifica como uma mulher ativa na Ciência desde 2013. Hoje em dia, trabalha com pesquisas envolvendo agroecologia com agricultores familiares e coordena um projeto para inserção feminina no campo científico. Ela reforçou a importância de comemorar o Dia das Mulheres na Ciência.
“O papel da mulher no campo da ciência foi ganhando seu espaço lentamente, de forma gradativa. A sua presença, no entanto, é crucial, e atualmente nós (mulheres) conduzimos pesquisas em diferentes áreas. Imagina cada mulher poder conquistar um espaço como esse? Só tenho a desejar todo o sucesso para todas que adentraram esse campo científico”, disse a pesquisadora.

A agroecóloga coordena o programa Futuras Cientistas 2025, e convida meninas e mulheres que têm interesse na Ciência a conhecerem o ambiente, que acolhe o público feminino.
“Venham fazer parte desse mundo que é fantástico. Temos mulheres iguais a vocês, que desenvolvem pesquisas super importantes para o avanço da tecnologia, que conduzem pesquisas únicas. A Ciência não se faz sozinha, ela é um trabalho conjunto e, muitas das vezes, é feita por grupos de mulheres”, ressaltou.