Júlio Gadelha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Em meio às críticas sobre a má qualidade do recapeamento asfáltico após obras de esgotamento da Águas de Manaus, o prefeito David Almeida (Avante) afirmou, em coletiva nessa sexta-feira, 28/3, que a Prefeitura de Manaus está reorganizando suas estruturas para melhorar a fiscalização e a execução dos serviços.
A concessionária, por sua vez, defende seu trabalho de universalização do esgoto na cidade, mas já acumula mais de R$ 3 milhões em multas aplicadas pela Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados do Município de Manaus (Ageman) por falhas na recomposição de vias e no atendimento à população.
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Unificação de estruturas para maior fiscalização
O prefeito David Almeida destacou que a gestão municipal está centralizando os órgãos responsáveis pela regulação dos serviços de água e esgoto em um único prédio, com o objetivo de aumentar a eficiência.
“Estamos juntando as estruturas da prefeitura num só prédio. A Ageman funcionava num prédio, a UGPM-Energia em outro e a UGPM-Água em outro. Então vamos unificar os serviços numa só estrutura, para que o trabalho possa render mais. Queremos fazer a ampliação da rede de esgoto, mas também queremos a recuperação das áreas com qualidade”, afirmou Almeida.
A medida surge em um momento em que a Águas de Manaus enfrenta cobranças por problemas no recapeamento de ruas após a instalação de redes de esgoto.
Desde o início do ano, a Ageman emitiu dez autos de infração contra a concessionária, totalizando R$ 3 milhões em multas. Entre as irregularidades estão fissuras no asfalto, recalques e demora no atendimento a usuários.


Concessionária apresenta plano de recuperação
Diante das penalidades, a Águas de Manaus apresentou um Plano de Ação à Ageman, comprometendo-se a reparar as vias afetadas até junho. Locais como Vieiralves, Manoa, Oswaldo Frota e Lírio do Vale estão entre os prioritários.
A empresa também reforça que está trabalhando para ampliar a cobertura de esgoto na cidade, que hoje chega a 34%, com mais de 800 km de redes coletoras. A meta é atingir 40% até o final de 2024 e 80% até 2030, em linha com o Marco Legal de Saneamento.
“Essas obras visam a universalização do esgoto. Por mais que façamos a rede, o cliente precisa se conectar para que o esgoto seja tratado. Isso é essencial para a recuperação dos igarapés”, explicou Míriam de Almeida, coordenadora de projetos da concessionária.
Desafios entre infraestrutura e qualidade
Enquanto a Prefeitura cobra melhorias no asfalto, a Águas de Manaus argumenta que a expansão do esgoto é fundamental para reduzir a poluição em rios e igarapés. O impasse reflete a complexidade de conciliar obras de saneamento com a manutenção da malha viária.
A Ageman segue monitorando os serviços e afirma que novas multas podem ser aplicadas caso as irregularidades persistam. Para o diretor-presidente do órgão, Elson Andrade, a qualidade do recapeamento é crucial para evitar transtornos à população e ao meio ambiente.
A coordenadora de projetos da concessionária, Míriam de Almeida, ressaltou que a empresa busca atingir suas metas, como: alcançar 80% de cobertura de esgoto até 2030 e 90% até 2033, alinhando-se ao Marco Legal de Saneamento.
“Essas obras que estão acontecendo sobre esgotamento sanitário, ela visa a universalização de esgoto no país todo, como vem acontecendo, e não diferente aqui em Manaus. Têm as etapas da conscientização da população, depois o início da obra em si, onde tem a implantação da rede coletora”, comentou ela.