Nayandra Oliveira – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – A paralisação dos rodoviários em Manaus, que reduziu cerca de 30% da frota de ônibus na manhã desta terça-feira, 15/4, não tem previsão para acabar. Em entrevista ao Portal RIOS DE NOTÍCIAS, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Manaus, Givancy Oliveira, afirmou que a categoria está insatisfeita com a proposta apresentada pelos empresários do setor e decidiu manter a greve.
Segundo o presidente, os trabalhadores reivindicam um reajuste de 12% no salário, 12% na cesta básica, melhores condições de trabalho, gratificação de R$ 1.200 para 10% dos trabalhadores que exercem dupla função (motoristas que também atuam como cobradores) e a permanência total dos profissionais nas empresas.
“Eles ofereceram uma proposta vergonhosa, que não vale nem a pena levar para a assembleia. A greve continua porque não houve qualquer avanço nas negociações”, declarou Givancy.
A paralisação, autorizada por decisão judicial, segue um cronograma determinado pela Justiça: das 4h às 9h, apenas 30% da frota pode circular. Já das 9h às 17h, o número sobe para 50%.
Cobradores demitidos
Durante a entrevista, o presidente do sindicato também criticou a empresa Via Verde, que recentemente colocou 40 ônibus novos em circulação sem a presença de cobradores. Segundo Givancy, os trabalhadores foram demitidos de forma irregular.
“Existe uma lei municipal que garante o emprego dos cobradores. A Via Verde está agindo fora da lei, como uma empresa clandestina. Exigimos que os trabalhadores sejam reintegrados imediatamente”, afirmou.
População afetada
A greve, iniciada nas primeiras horas desta terça-feira, causou transtornos em diversas zonas da capital. Usuários relataram superlotação e aumento no tempo de espera nas paradas. Apesar do impacto à população, Givancy reforçou que a paralisação é resultado de uma tentativa frustrada de negociação.
“Não tem como fazer omelete sem quebrar os ovos. Estamos há dois meses tentando negociar com os patrões e o IMMU, mas as propostas que recebemos são indecorosas. A única saída foi parar”, disse.
“Por mim, a greve pode durar 30 dias. Só voltamos quando houver uma proposta séria”, concluiu.
Em nota, o Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) informou que está acompanhando de perto a situação.
“O IMMU monitora, com máxima atenção, o movimento grevista anunciado pelo Sindicato dos Rodoviários para esta terça-feira, 15/4, bem como o andamento das negociações entre as partes envolvidas.”
*Com colaboração de Lauris Rocha