Letícia Rolim – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro divulgou nessa terça-feira, 5/12, um “novo mapa da República Bolivariana da Venezuela”, com a inclusão da região de Essequibo, na Guiana, como resultado do referendo realizado no dia 3 de dezembro.
Maduro compartilhou o novo mapa através de sua conta no aplicativo X, antigo Twitter, instruindo a imediata publicação em instituições de ensino.
“Imediatamente ordenei publicar e levar a todas as escolas, colégios, conselhos comunitários, estabelecimentos públicos, universidades e em todos os lares do país o novo Mapa da Venezuela com a nossa Guiana Esequiba. Este é o nosso querido mapa!”, disse o líder venezuelano na publicação.
A divulgação, no entanto, ocorreu durante um pronunciamento na assembleia do Conselho Federal do governo, no palácio presidencial em Caracas. A inclusão da Guiana no mapa da Venezuela tem gerado controvérsias, levantando questões sobre os limites territoriais e as relações diplomáticas na região.
Após a aprovação do referendo que incorporou a Guiana Esequiba à Venezuela, o presidente Nicolás Maduro anunciou uma série de medidas, incluindo a criação de um Alto Comissariado para a Defesa da Guiana Esequiba. Esse órgão seria integrado pelo Conselho de Defesa, pelo Conselho do Governo Federal, pelo Conselho de Segurança Nacional e pelos setores político, religioso e acadêmico, além da implementação de uma Zona de Defesa Integral na região.
A proposta de Maduro, no entanto, não foi bem recebida pelo presidente da Guiana, Irfaan Alí, que considerou as medidas como uma ameaça direta à soberania de seu país. Em resposta, Alí rejeitou todas as medidas propostas por Maduro e anunciou que acionará o Conselho de Segurança da ONU para tratar da questão.
Os resultados oficiais do referendo indicaram que 95% dos eleitores que participaram votaram a favor da anexação da Guiana Esequiba à Venezuela.
Posicionamento do Brasil
Nesta quarta-feira, 6/12, o ministro da Defesa, José Múcio, afirmou que o Brasil não permitirá o uso do território brasileiro para passagem das tropas venezuelanas em direção à Guiana: “nossas fronteiras estão garantidíssimas”.
Além disso, o governo brasileiro decidiu enviar reforço militar para a fronteira com Roraima, em meio às crescentes tensões na região de Essequibo.
Roraima faz fronteira direta com o território que Venezuela tenta anexar, e o Brasil expressa preocupações com a possibilidade de forças militares venezuelanas utilizarem o Estado brasileiro como ponto estratégico.
O receio de que um eventual conflito possa atingir cidadãos brasileiros motivou a decisão de ampliar a presença militar na região. A quantidade de militares brasileiros na área foi aumentada de 70 para 130, mas há a possibilidade de um reforço adicional, especialmente após os recentes anúncios do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.