Vívian Oliveira – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Em entrevista exclusiva concedida ao Portal RIOS DE NOTÍCIAS nesta quarta-feira, 10/4, o superintendente executivo da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), Frederico Aguiar, revelou detalhes sobre o projeto “Manta-Manaus”.
“Hoje uma indústria precisa ter 60 dias para importar insumos e iniciar a produção daqui a dois meses. Se reduzirmos o tempo de trânsito dos insumos, ganhamos em competitividade e atendemos de maneira mais rápida e pragmática os clientes das indústrias na Zona Franca de Manaus”, explicou o superintendente executivo.
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Na quarta-feira, 9, o projeto foi lançado no município de Tabatinga e contou com a presença dos ministros Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), além do governador Wilson Lima.
“Estive presente para discorrer sobre esse projeto que estabelece uma conexão entre Manta, no Equador, e a cidade de Manaus. É denominado Eixo Multimodal Manta-Manaus devido à utilização dos modais marítimo, rodoviário e fluvial. A iniciativa reduziria o tempo de trânsito de uma aeronave proveniente da Ásia para Manaus para 14 a 21 dias. Essa simples redução já representa um ganho significativo em competitividade de tempo”, esclareceu.
Representando o Governo Federal, o superintendente executivo da Suframa afirmou que o projeto “é um sonho de mais de 20 anos”.
Infraestrutura necessária
Além disso, ele pontuou outros ganhos com a implantação como a importância da infraestrutura, mencionando a necessidade de alfandegamento do porto de Tabatinga pela Receita Federal, garantindo segurança e agilidade para o transporte de mercadorias.
“A Receita Federal do Brasil precisa estar lá atuante, alfandegando as mercadorias, com o objetivo de dar mais segurança àquele que utiliza a roda. A dragagem do rio Napo também, para garantir que ele seja navegável o ano inteiro, com tranquilidade”, pontuou Aguiar.
Comércio sul-americano
Outro benefício destacado é o estímulo ao comércio entre países sul-americanos. Ele enfatiza que a redução dos custos logísticos pode impulsionar as exportações e facilitar a importação de produtos da região. “Se conseguirmos viabilizar essa rota, aumentaremos as trocas comerciais entre Peru, Colômbia e Equador”.
“Com a implementação da rota, esperamos ampliar nossas trocas comerciais com os países vizinhos, o que poderia resultar em um aumento das exportações regionais. Além disso, facilitaria a importação de produtos que atualmente enfrentam dificuldades logísticas, devido à necessidade de percorrer longas rotas pelo Oceano Pacífico e pelo Porto de Santos (SP), acarretando custos elevados de transporte por cabotagem. Portanto, acreditamos que o projeto também impulsionaria o desenvolvimento do mercado intra-regional e sul-americano, promovendo uma maior integração comercial da Amazônia com os mercados locais”, enfatizou Aguiar.
Próximos passos
Apesar dos avanços, Aguiar ressalta que ainda há etapas a serem cumpridas. No entanto, ele confessa que “a primeira grande vitória foi incluir o Manta-Manaus no plano de integração sul-americano”. Segundo ele, o eixo Manta-Manaus está lá claramente como uma prioridade. “Só tem cinco eixos. Um deles é o eixo Manta-Manaus. Então, essa é a primeira grande esperança”.
Ele enfatizou que a presença do Governo Federal para discutir o tema foi considerada um avanço significativo e que isso demonstra a crescente importância e relevância do projeto para a região.
“A presença de dois ministros em Tabatinga é um grande avanço. Pouco a pouco, estamos atraindo atenção para a importância desse projeto para a região”, concluiu o superintendente executivo.