Letícia Rolim – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – A Fundação Matias Machline, instituição de ensino localizada na avenida Ministro João Gonçalves de Souza, Zona Sul de Manaus, está sendo alvo de críticas por parte dos pais de alunos devido às condições de algumas salas de aula.
Com relatos de aparelhos de ar-condicionado inoperantes e até 40 alunos por sala, a situação se agrava devido ao calor da região. Em meio a um verão com altas temperaturas, a preocupação dos pais é quanto ao ensino e a saúde dos filhos.
O pai de um aluno que não quis se identificar relata que o problema persiste desde o início do ano letivo e que em nenhum momento a instituição se posicionou sobre os problemas.
“O que está ocorrendo é que tem algumas turmas que os alunos estão assistindo aula de maneira insalubre. São 40 alunos numa sala sem ventilação nenhuma. A maioria dos ar-condicionados não funcionam, estamos enfrentando um verão de altas temperaturas cada dia batendo recorde de calor e o mês de setembro nem chegou ainda”, disse o pai.
Diante da situação, o mesmo questiona à gestão dos recursos financeiros e outras funcionalidades. “Estou muito preocupado com a saúde do meu filho, agora você imagina essa fundação recebe 16 milhões por ano das empresas pra manter a escola”.
Em resposta à equipe do portal RIOS DE NOTÍCIAS, a Fundação reconheceu os problemas e detalhou os esforços em andamento para solucioná-los.
“Estamos, de fato, com um dos equipamentos que atendem a oito salas de aula e laboratórios em manutenção. As peças para reposição vêm de São Paulo e, em virtude da logística do transporte, tem um prazo estendido para entrega. A entrega dos equipamentos está programada para o próximo dia 25/08”, garante trecho da nota.
No entanto, de acordo com a fundação, ações foram adotadas para minimizar o impacto enquanto a instituição espera pelo reparo definitivo.
“Tomamos medidas paliativas para tentar minimizar o impacto da situação, com o uso de ventiladores e realocação de algumas turmas, mas com o calor intenso dos últimos dias, infelizmente, não temos muitas alternativas. Todo esse processo está sendo tratado com transparência pela Fundação junto à comunidade escolar. Alunos, famílias e demais envolvidos têm sido sistematicamente informados acerca do andamento dos reparos”, diz a nota.
A Fundação também ressaltou a atenção dada à alimentação e à manutenção das instalações físicas. “O processo de manutenção e conservação das instalações físicas é permanentemente monitorado, em todos os espaços. A alimentação tem acompanhamento de nutricionista e chef de cozinha, que prezam pela qualidade e quantidade de alimentos disponibilizados aos alunos”, completou.
Falta de comunicação e intimidação
Além das condições físicas inapropriadas aos alunos, a falta de comunicação por parte da direção da Fundação Matias Machline tem gerado um ambiente de insegurança e silêncio entre a comunidade escolar.
“Não falam nada”, desabafa um dos pais. “Os alunos entraram através de um processo seletivo e lá a direção sempre joga na cara deles que eles não pagam nada, ficam com medo de se posicionar. Meu filho mesmo não queria que eu entrasse em contato com a imprensa com medo de perder a vaga”, relatou.
A fundação se posicionou sobre o caso, e esclareceu que a instituição conta com uma equipe de apoio apta a ouvir as demandas.
“Os alunos têm total acesso a toda a equipe, inclusive com processos formais de representação, como representantes de classe e Conselho. Dispomos de coordenadores, psicólogos e toda uma equipe de apoio apta a ouvi-los em suas demandas”, informa a instituição em nota.