Redação Rios
MANAUS (AM) – O setor de bares e restaurantes no Amazonas segue enfrentando um cenário de pressões financeiras, marcado por custos elevados e dificuldades em equilibrar as contas. A mais recente pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Amazonas (Abrasel no AM) revelou que 65% dos bares e restaurantes do estado operaram sem lucro em outubro. Desses, 23% tiveram prejuízo e 42% ficaram no ponto de equilíbrio.
Apesar do cenário adverso, há otimismo para o fim de ano, com 75% dos empresários esperando aumento no faturamento impulsionado pelas festas, férias e 13º salário.
A pesquisa, realizada de 18 a 26 de novembro, apontou que 52% das empresas tiveram faturamento maior em outubro do que em setembro. No entanto, repassar a inflação continua sendo um desafio: 32% não reajustaram preços nos últimos 12 meses, enquanto 57% ajustaram abaixo ou dentro do índice inflacionário.
“O cenário econômico segue semelhante ao apontado nas últimas pesquisas, com boa parte das empresas sem conseguir registrar lucro e enfrentando alto índice de endividamento, principalmente nos tributos. A expectativa aumenta sobre a reforma tributária e os efeitos que ela trará para o setor da alimentação fora do lar”, destaca Rodrigo Zamperlini, presidente da Abrasel no AM.
Inflação, custos elevados e endividamento
Custos operacionais, como o aumento no preço da carne bovina (5,81% em outubro) e da energia elétrica (4,74%), continuam impactando negativamente o setor. A inflação na alimentação fora do lar, de 4,13%, ficou abaixo dos 5,08% registrados para alimentos em geral, refletindo o esforço dos empresários em manter preços competitivos.
Além disso, 35% das empresas no Amazonas têm dívidas em atraso, sendo os principais débitos com impostos federais (67%), encargos trabalhistas e previdenciários (43%), tributos estaduais (33%), fornecedores de insumos (23%) e contas de serviços públicos, como água, luz e gás (20%).
Delivery segue relevante
O delivery, usado por 68% dos estabelecimentos amazonenses, continua relevante, embora tenha caído em relação a março de 2022 (76%). O consumo no local representa 88% das vendas, enquanto 53% utilizam o modelo take away (pegar e levar).
Veja a pesquisa:
*Com informações da assessoria