Júlio Gadelha – Rios de Notícias
RIO DE JANEIRO (RJ) – A manifestação intitulada “Manifestação Pacífica no Rio em Defesa da Anistia”, realizada em Copacabana neste domingo, 16/3, contou com a presença de políticos do Amazonas.
Membros do PL marcaram presença no evento, cujo objetivo era defender a anistia — ou seja, o perdão das penas dos condenados e processados por atos relacionados ao dia 8 de janeiro de 2023, que resultaram na depredação do patrimônio público na Praça dos Três Poderes e em acusações de tentativa de golpe de Estado.
Entre os parlamentares presentes, o deputado federal Capitão Alberto Neto (PL) embarcou na noite de sábado para o Rio de Janeiro e, pela manhã, já gravava vídeos e tirava fotos em apoio à manifestação, destacando a quantidade de participantes. “Muitos vão dizer que flopou, que quase não deu ninguém em Copacabana, mas olhem isso”, afirmou, mostrando a região do calçadão e da avenida Atlântica tomada por manifestantes.
A deputada estadual Débora Menezes (PL) também esteve presente e publicou mensagens em suas redes sociais defendendo o perdão aos presos. “Não existe democracia com censura, com prisão de opositores e com perseguição política. Liberdade para os patriotas do 8 de janeiro”, declarou.
Entre os políticos que não compareceram, destaca-se a professora Maria do Carmo (Novo), que, apesar da ausência, manifestou apoio à causa. “Por motivos alheios à minha vontade, não poderei estar presente na manifestação que acontece agora”, explicou. Em seguida, reforçou seu posicionamento: “Um Brasil mais livre, justo e fraterno, pela liberdade de expressão, pelo devido processo legal e pelas garantias constitucionais devidas a todo cidadão brasileiro! Ditadura nunca mais!”
O deputado estadual Delegado Péricles (PL) também não compareceu, pois está afastado por dez dias devido a um procedimento cirúrgico. No entanto, ele compartilhou mensagens do ex-presidente Jair Bolsonaro convocando para o evento.
Nenhum dos vereadores do PL de Manaus esteve presente na manifestação. Apenas Raiff Matos e Coronel Rosses publicaram informações ou pronunciamentos sobre o ato. Já Sargento Salazar (PL) e Capitão Carpê (PL) mantiveram-se inativos nas redes sociais até a manhã deste domingo, sem se manifestar sobre a anistia.
Anistia por quê?
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou sua militância para uma manifestação no Rio de Janeiro em defesa da anistia às pessoas envolvidas na invasão das sedes dos Três Poderes, em Brasília.
O protesto ocorre simultaneamente à tentativa da bancada bolsonarista no Congresso Nacional de acelerar a votação de um projeto de lei que prevê a anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.
Um relatório do Supremo Tribunal Federal (STF), divulgado em janeiro deste ano, apontou que 371 pessoas já foram condenadas por crimes relacionados ao episódio. Outras 527 admitiram a prática de crimes e firmaram acordos com o Ministério Público Federal (MPF) para evitar processos judiciais.
A possível aprovação do projeto de anistia poderia beneficiar diretamente Bolsonaro. O texto prevê o perdão para pessoas direta ou indiretamente envolvidas nos atos de 8 de janeiro, além de incluir eventos anteriores.
Isso, em tese, abrangeria o próprio ex-presidente, apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como suposto líder de uma organização que teria tentado dar um golpe de Estado, culminando nos eventos de 8 de janeiro.
Bolsonaro é acusado de crimes como golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado por violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, além de deterioração de patrimônio tombado. Ele nega todas as acusações.