Gabriel Lopes – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Professores da Secretaria Municipal de Educação (Semed) realizaram nesta quarta-feira, 3/4, manifestação contra o reajuste salarial previsto em 1,25%, na Câmara Municipal de Manaus (CMM). Na prática, o aumento de ganho real chegaria a pouco mais de R$ 30,61.
A revisão salarial equivale a menos da metade da inflação acumulada em um ano do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que subiu 3,86% até fevereiro. Este indicador é a base que se aplica a esses tipos de reajustes salariais. O Portal RIOS DE NOTÍCIAS esteve no ato público e conversou com a categoria.
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A professora Vanessa Antunes, diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam), destacou que o valor proposto pela administração municipal estaria muito abaixo da inflação.
“Em pleno ano eleitoral a prefeitura encaminha um Projeto de Lei (PL) sem discutir com a base, com a categoria, um reajuste de 1,25%. Isso é uma vergonha. Nós sabemos que no mínimo, as categorias tem que receber a reposição da inflação, e essa quantidade não chega nem a metade da reposição da inflação de um ano. A educação tem uma verba própria, então tem dinheiro para pagarem nosso salário.”
Vanessa Antunes, diretora do Sinteam
A coordenadora do Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus (Asprom Sindical), professora Elma Sampaio, considera o projeto que tramita na Câmara como uma ‘afronta’ à categoria.
“Nossa categoria está aqui gritando em alto bom som que não aceita uma afronta dessa. Estamos solicitando e pressionando para que os vereadores possam também rejeitar o projeto assim que ele for colocado em votação. A categoria já tem uma porcentagem que seria aceitável? Nós não temos ainda uma porcentagem porque foi tudo muito rapidamente inusitado”, explicou Elma.
Segundo a coordenadora, uma assembleia da categoria na noite desta quarta-feira, 3/4, discutirá o reajuste salarial, além de temas como o uso de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) e vale-alimentação.
Aposentados
Maria Madalena Ferreira, que representa a diretoria dos aposentados do Sinteam, explica que apenas através dos reajustes, é que os professores aposentados podem receber algum ganho real sob a inflação.
“O único momento que a categoria dos aposentados ganha algum reajuste salarial é neste momento da data-base. Porque como nós não estamos mais na ativa, perdemos todos os outros benefícios, apesar de os gastos só irem aumentando.”
Maria Madalena Ferreira, professora aposentada
Professor há cerca de 30 anos, Manoel Paixão diz que essa não é a primeira vez que profissionais da educação precisam protestar por conta de propostas de reajustes.
“Isso acontece praticamente todos anos e a gente tá na rua brigando. Na verdade é um desrespeito o que a Casa [câmara municipal] está discutindo, pois a Prefeitura até enviou uma mensagem governamental com esse valor de reajuste, no entanto essa Casa aprovou. Isso é sim é um desrespeito”, destacou o professor.
A reportagem do Portal RIOS DE NOTÍCIAS solicitou um posicionamento da Secretaria Municipal de Educação de Manaus a respeito dos questionamentos dos professores quanto ao reajuste salarial proposto para a categoria, mas até o momento não obteve retorno. O espaço segue aberto.
*Com colaboração de Diana Rodrigues