Letícia Rolim – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Em meio à atenção voltada para as queimadas na Amazônia, o Pantanal também sofre com dados preocupantes sobre os incêndios na região Centro-Oeste. Os focos de fogo que avançam, estão se aproximando de áreas como o refúgio de onças pintadas e áreas de conservação.
O aumento relevante em comparação ao ano anterior destaca o agravante da situação, sendo o desmatamento e o agronegócio apontados como principais causas desse cenário. Apesar do conhecimento do governo sobre os impactos e a ameaça à biodiversidade, a falta de esforços para conter a situação é evidente, tanto na região Norte quanto no Centro-Oeste.
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Dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) revelam que, somente este ano, 679 mil hectares do Pantanal foram consumidos pelo fogo. O governo federal, reconhecendo a insuficiência da estrutura de combate aos incêndios, ainda não apresentou medidas concretas para reverter a crise.
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o mês de outubro apresentou a agressividade das queimadas este ano com 1.157 focos de incêndio registrados, um aumento significativo em relação aos 48 do mesmo período no ano anterior.
Em outubro deste ano, o Amazonas teve 3,9 mil focos de queimadas, sendo o maior em 25 anos, de acordo com dados apresentados pelo INPE. Apesar do aumento de queimadas, houve redução de 22% no desmatamento da Amazônia, de agosto de 2022 a julho de 2023.
Manaus vem sofrendo nos últimos dois meses com as fumaças das queimadas que vêm tomando conta da capital e prejudicando a qualidade do ar.
O ministério de Meio Ambiente e Mudança do Clima, do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é comandado por Marina Silva.
Queimadas anteriores
Mesmo com a atenção dada as queimadas deste ano, 2020 permanece como um marco, registrando o maior número de queimadas no Pantanal, com um total de 22.116.
Ao longo de cinco meses, 2020 testemunhou recordes consecutivos de queimadas no Pantanal, atingindo seu pico em setembro, com 8.106 focos de incêndio. Esses números representam uma parte significativa do bioma que ainda não se recuperou e se soma com as áreas afetadas atualmente.
A leitura desses dados ressaltam a extensão da crise ambiental que assola essa região, destacando a necessidade de ações para preservar e proteger o Pantanal brasileiro.