Letícia Rolim – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O Governo Federal demonstrou interesse em readquirir a Refinaria do Amazonas (Ream), anteriormente conhecida como Refinaria Isaac Sabbá (Reman), que foi privatizada no final do governo de Jair Bolsonaro (PL). Em 2022, a refinaria foi vendida ao grupo Atem.
Desde a privatização, seis estados da região Norte e parte do Tocantins, atendidos pela refinaria, enfrentaram um aumento de 66% nos preços dos combustíveis.
Dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) revelam que o preço da gasolina comum na refinaria saltou de R$ 3,20 em 3 de outubro de 2022 para R$ 5,31 em 11 de setembro de 2023.
A intenção de readquirir a refinaria foi divulgada pelo jornal Folha de São Paulo. A recompra é uma das prioridades da nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, que substituiu Jean Paul Prates.
Monopólio e elevação dos preços
Para a advogada especialista em direito do consumidor, Talytha Campos, a privatização do monopólio, onde a estrutura e logística é muito mais complexa, o resultado não poderia ser outro que não a elevação de preços.
“Com isto a população nortista foi condenada a pagar para sempre preços mais altos do que o restante do país. A solução está na reestatização da refinaria. A privatização não deu certo, gerou os piores resultados possíveis. Sendo essa conta paga pelo consumidor”, ressaltou Talytha ao riosdenoticias.com.br.
Após a venda da refinaria, o aumento dos preços repassados aos consumidores gerou preocupações entre as autoridades. Com a possível recompra, o governo pretende reavaliar a questão dos preços dos combustíveis, que afetam diretamente uma região onde os custos de transporte e logística já são elevados. A questão dos valores é reforçado pela advogada.
“Em fevereiro desse ano, os postos de combustíveis de Manaus vendiam gasolina comum R$ 0,88 mais cara do que o restante do país, ou seja, a privatização não facilitou em nada a vida do consumidor amazonense”, ressaltou a advogada.
A nova administração de Magda Chambriard, na Petrobras, demonstrou interesse em reajustar os preços e repassar valores mais justos para a população, com o objetivo de controlar e garantir maior estabilidade econômica para a região.
Além dos preços elevados da gasolina, Talytha também relembra os altos valores do gás de cozinha.
“Em face da abusividade das redes de combustíveis no Estado, várias campanhas em prol do consumidor foram realizadas, contudo, nenhuma delas se mostrou efetiva quanto a diminuição dos valores. Importante destacar o preço do gás de cozinha, que está sendo mais caro do que o vendido pela Petrobrás, alcançando índices absurdos desde a privatização”, destacou Campos.