Gabriel Lopes – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O nível do Rio Negro segue estagnado em 26,85 metros há quatro dias seguidos, conforme informações repassadas pelo Porto de Manaus, nesta quarta-feira, 19/6. Essa estagnação demostra a possibilidade do início do período de seca no Amazonas.
Desde o domingo, 16/6, após subir 1cm em comparação ao dia anterior, o Rio Negro chegou a medir 26,85 metros. Até esta quarta-feira, 19, o nível seguiu com a mesma média, ficando estagnado por quatro dias consecutivos.
Em 2023, ano da maior seca da história do Amazonas, o Rio Negro começou a secar no dia 17 de junho, quando media 28,29 metros. Isso é 1,44 metros a mais do que o nível do Rio Negro em 2024. A partir desta data no ano passado, as águas seguiram secando, atingindo a média recorde de 12,70 metros no dia 26 de outubro.
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Esse cenário pode indicar que a estiagem em 2024 está mais próxima do que se imagina. Segundo especialistas, a previsão é de que a seca deste ano seja tão ou mais intensa quanto a de 2023. Mais quais os efeitos práticos disso?
Medidas
O Portal RIOS DE NOTÍCIAS questionou a Defesa Civil sobre quais medidas estão sendo adotadas para coibir a seca em 2024. Segundo o órgão, existe um Plano Estadual em vigor, junto com planos de ação táticos para a estiagem que estão sendo atualmente executados e implementados nos níveis operacionais locais.
A Defesa Civil tem realizado, desde o mês de janeiro, reuniões com setores como indústria e comércio, poderes públicos, empresas de telecomunicações e concessionárias de água e energia para fornecer informações e coordenar ações de prevenção diante da possibilidade de outra severa estiagem neste ano.
Dragagem
No dia 9 de maio, o governador Wilson Lima anunciou a emissão de licenças ambientais para a dragagem em quatro trechos de rios do Amazonas de forma antecipada para minimizar os impactos da estiagem deste ano. O trabalho de dragagem será feito pelo Governo Federal, por meio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), com previsão de início imediato a partir da emissão das licenças.
A dragagem atende um pleito do Amazonas que, desde o início do ano, vem se reunindo com ministros de Estado, a exemplo dos ministérios de Portos e Aeroportos, de Integração e Desenvolvimento Regional e de Meio Ambiente e Mudança do Clima, solicitando apoio na antecipação de ações.
O serviço de dragagem consiste na retirada de sedimentos (como areias e outros materiais) do fundo dos rios para facilitar a navegação de embarcações e evitar que encalhem. Entre os trechos que receberam as licenças ambientais, emitidas pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), estão: Manaus-Itacoatiara (rio Madeira); Codajás-Coari e Benjamin Constant-São Paulo de Olivença (rio Amazonas) e Benjamin Constant – Tabatinga (rio Solimões).
Orientações
Algumas orientações preventivas importantes segundo a Defesa Civil, incluem: manter-se informado com informações oficiais sobre a estiagem e alertas de emergência; seguir sempre as orientações das autoridades locais para garantir a segurança pessoal e comunitária; praticar o uso racional de água e energia, desligando aparelhos quando não estiverem em uso, optando por lâmpadas de baixo consumo para economizar energia, armazenando água potável, fechando torneiras, consertando vazamentos e reutilizando a água sempre que possível.
Entre as iniciativas está o Projeto Água Boa, ação da Defesa Civil do Amazonas que, até o momento, já distribuiu cerca de 500 purificadores de água nas comunidades do interior do estado. Essa ação visa garantir o acesso à água potável e contribuir para a saúde e bem-estar das populações locais, especialmente durante períodos de estiagem, quando a escassez de água potável se torna mais crítica. Na frente de resposta ao desastre, caso ele se estabeleça, a Defesa Civil entregará ajuda humanitária para a população.