Letícia Rolim – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Lorena Gonçalves Marques, de 24 anos, foi presa no município de Coari, a 363 quilômetros de Manaus. Ela é apontada como integrante de uma rede de estupro comandada pelo padre Paulo Araújo da Silva, de 31 anos, que está preso desde o dia 17 de agosto. A prisão de Lorena ocorreu na última sexta-feira, 30/8.
De acordo com o delegado José Barradas, da Delegacia Interativa de Polícia de Coari, Lorena Marques, que é uma mulher trans, tinha como função atrair adolescentes para manter relações sexuais com o padre Paulo. Além disso, Lorena trabalhava na paróquia local e era amiga próxima do religioso, colaborando com ele em suas atividades ilícitas.
“A função dela era aliciar as menores, todas as vítimas são da paróquia, e levá-las para ter relações sexuais com o padre”, explicou o delegado Barradas.
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As investigações apontam que há várias vítimas envolvidas, além da que inicialmente denunciou o padre, o que levou à abertura do inquérito.
“Não posso falar a quantidade para não atrapalhar as investigações e preservar elas, mas são muitas vítimas”, afirmou Barradas.
Além das denúncias de aliciamento, o padre Paulo gravava e armazenava os atos sexuais com as menores em seu celular. A Justiça já autorizou a extração de vídeos e outras informações do aparelho. Conforme revelou Barradas, o material encontrado até agora indica a existência de outros casos de aborto e relações sexuais envolvendo crianças e adolescentes.
“Aos poucos, aparecem mais vítimas na delegacia. Em relação às gravações, sempre era o padre que durante as relações sexuais gravava e armazenava os atos com as menores”, destacou o delegado.
A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) continua as investigações para identificar outras vítimas e envolvidos na rede de estupro.
Relembre o caso
O padre Paulo Araújo da Silva foi preso no dia 17 de agosto em Coari. Na ocasião, foram apreendidos aparelho celular, dinheiro e um computador. Paulo é investigado pela prática dos crimes de filmar e produzir cenas de sexo explícitos com adolescentes, exploração sexual, aborto e ameaça.
Um dos casos ocorreu no mês de setembro do ano de 2023, tendo como vítima uma adolescente de 17 anos.
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As investigações iniciaram após a polícia receber informações de uma vítima menor que estava tendo relações sexuais com o padre da Igreja de São Pedro, e que durante o ato o investigado gravava as relações e armazenava em seu computador, onde possuía vários vídeos de sexo explícito com a adolescente.
O comparsa, Francisco Rayner Barros Batista, 34, foi preso no dia 22 de agosto, no mesmo município, por envolvimento no crime de aborto de uma das vítimas. Lorena Marques é a terceira envolvida a ser presa.
Conforme explicou Barradas, Francisco foi quem forneceu o medicamento abortivo à adolescente.
“Francisco Rayner foi o responsável por fornecer à adolescente um medicamento chamado Misoprostol, que ela ingeriu e resultou no aborto. O feto foi expelido no quintal da casa de Francisco Rayner e enterrado no local. Isso foi confirmado tanto por fotos quanto pelo depoimento da vítima”, explicou Barradas.