Letícia Rolim – Rios de Notícias
AMAZONAS – A situação da descida do rio não é diferente no porto do Cacau Pirêra, localizado em Iranduba, onde a mobilidade fluvial está seriamente comprometida. Além disso, as comunidades locais enfrentam desafios significativos, afetando tanto a mobilidade quanto a fonte de alimento e renda, que depende da pesca.
Nas imagens captadas por drone no porto onde antes atracavam as balsas da travessia Manaus-Cacau Pirêra e próximo a região, chama a atenção duas embarcações que ficaram presas em meio a uma ilha que se formou a partir da descida do rio. No local é possível ver um barco e uma balsa que transportava veículos encalhados.
Leia também: Rio Negro esta a menos de 2 metros de igualar maior seca da historia
Além das embarcações, as imagens mostram casas flutuantes distantes do rio e canoas paradas em meio a um cenário onde a água é escassa. Essa visão mostra os desafios a qual as comunidades locais tem enfrentado devido à seca severa no Estado do Amazonas.
Essa realidade na região do Iranduba tem agravado a situação das comunidades ribeirinhas, que enfrentam dificuldades crescentes para garantir o sustento advindo da pesca. Isso porque a feira, à beira do rio, costumava movimentar o município com a comercialização de peixes e outros alimentos.
Nível do rio
O nível do Rio Negro, desde o início de setembro até a última sexta-feira, 29/9, sofreu uma redução significativa de 8 metros. A situação atual está a menos de 2 metros de atingir o nível da maior seca da história, que ocorreu em 2010, quando o rio registrou 13,63 metros.
Nos últimos 15 dias, foi registrado uma redução diária de 30 centímetros no nível do Rio Negro. Esse ritmo de queda é considerado alarmante e a tendência aponta para uma vazante ainda mais severa.
Nesta segunda-feira, 02/10, o rio está a uma altura de 15,29 metros. Desse modo, mostra maior proximidade de alcançar um nível historicamente crítico.
De acordo com as previsões, até dezembro, é esperado que 38 dos principais rios da Amazônia continuem apresentando vazões abaixo da média histórica. Essa situação é atribuída às mudanças climáticas e ao fenômeno El Niño.