Redação Rios
MANAUS (AM) – Durante o Brasil Summit, evento realizado em Brasília pelo Grupo de Líderes Empresariais (LIDE) e o Correio Braziliense, na quarta-feira, 12/3, o senador Eduardo Braga (MDB) defendeu a necessidade de remunerar a Amazônia pelos serviços ambientais prestados ao mundo.
De acordo com o senador, o potencial do Amazonas em preservar 97% de suas florestas é resultado, em grande parte, do modelo econômico da Zona Franca de Manaus (ZFM), que permitiu o desenvolvimento sustentável sem desmatamento.
“Graças à Zona Franca de Manaus, o Amazonas não precisou derrubar sua floresta para crescer. Esse é o maior programa de sustentabilidade ambiental do Brasil e prova que é possível preservar e gerar empregos ao mesmo tempo”, afirmou Braga.
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A proposta destaca a importância de políticas públicas que conciliem crescimento econômico, preservação ambiental e inclusão social, ao mesmo tempo em que critica a postura de países desenvolvidos que cobram a preservação da floresta, mas não remuneram o Brasil pelos serviços ambientais que beneficiam o planeta.
“Nós (Amazônia) garantimos o equilíbrio hidrológico para a produção agrícola do Brasil e a geração de energia limpa. Quem mais se beneficia disso? O mundo. Mas quem paga por isso? Ninguém”, pontuou o senador.

Mercado de carbono e monetização da floresta
A recente aprovação da Lei do Mercado de Carbono pelo Congresso Nacional foi destacada como um avanço importante para monetizar a preservação ambiental. A regulamentação permite a comercialização de créditos de carbono das florestas brasileiras, abrindo caminho para a geração de receita e a preservação estruturada da Amazônia.
“Agora, com o mercado de carbono, podemos finalmente valorizar nosso maior ativo ambiental e gerar recursos para preservar a Amazônia de forma estruturada”, explicou Eduardo Braga.
Investimento em energia limpa e transição energética
O evento também reforçou a necessidade de o Brasil investir em seu potencial de energia limpa, considerando que o país possui uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, com 49,1% de fontes renováveis, como hidrelétricas, energia solar e eólica.
O avanço do Programa Nacional de Hidrogênio Verde, que já recebeu US$ 30 bilhões em investimentos, foi citado como exemplo do potencial brasileiro para se tornar um dos maiores exportadores de hidrogênio verde.
“O Brasil pode se tornar um dos maiores exportadores de hidrogênio verde e consolidar sua posição como potência energética do século XXI”, disse.
COP30 e o papel estratégico do Brasil
Com a realização da COP30, a conferência da ONU sobre mudanças climáticas, o Brasil tem a oportunidade de se consolidar como referência em sustentabilidade. No entanto, para que o protagonismo traga benefícios reais à população, é necessário planejamento, segurança jurídica e reconhecimento internacional.
“A Amazônia não é o problema, é a solução. O Brasil pode ser um dos principais líderes da transição energética e do mercado de carbono, mas precisamos garantir que esse protagonismo traga benefícios reais para o nosso povo”, concluiu Braga.
*Com informações da assessoria