Júlio Gadelha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), comentou as especulações sobre seu futuro político durante entrevista à Revista Cenarium na quarta-feira, 18/12. Embora o pleito de 2026 ainda esteja distante, Lima não descarta nenhuma possibilidade, deixando dúvidas sobre o caminho que seguirá.
Nos bastidores, duas opções são cogitadas: disputar uma das duas vagas ao Senado Federal ou permanecer no governo até o final de seu mandato, o que abriria caminho para uma indicação ao Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM).
Senado: um cenário competitivo
Entre as especulações, uma possível candidatura ao Senado ganha força. No entanto, o cenário é desafiador. Eduardo Braga (MDB) e Plínio Valério (PSDB) devem buscar a reeleição, enquanto alianças políticas tornam o campo mais adverso para Lima.
A relação entre o governador e seu vice, Tadeu de Souza (Avante), se desgastou após as eleições municipais, em que o governo apoiou Roberto Cidade (União) para prefeito.
Tadeu, é aliado do prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), que fortaleceu laços com Eduardo Braga, e constantemente aparecem juntos em diversos eventos políticos.
Com a possível saída de Wilson para disputar a eleição e deixando Tadeu no comando, a máquina estadual poderia apoiar Braga, dificultando a candidatura de Lima ao Senado.
Apesar disso, Wilson destacou sua força política no interior do estado: “As grandes lideranças políticas que dominavam o interior… Municípios como Parintins, por exemplo, eu tive a maior votação contra todo mundo. Contra o então governador Amazonino Mendes, contra candidatos, senadores e prefeitos”, disse Wilson Lima.
A declaração reflete a aposta do governador no eleitorado do interior, como trunfo em meio à rejeição enfrentada na capital.
Permanência no governo: controle e possibilidades
Outra possibilidade ventilada é que Wilson Lima permaneça no cargo até 2026, concluindo seu mandato e neutralizando a influência de Tadeu de Souza e seus opositores durante o período eleitoral.
Essa estratégia permitiria ao governador consolidar sua posição, indicar um sucessor e utilizar a estrutura governamental em favor de seu grupo político.
Por outro lado, a permanência no governo inviabilizaria sua candidatura a qualquer outro cargo eletivo, mas abriria caminho para uma eventual indicação ao TCE-AM.
“O futuro está em aberto”
Questionado sobre seus planos, Wilson Lima manteve a ambiguidade: “2026 está muito longe ainda” e acrescentou que “em uma semana tudo pode mudar“.
Embora não descarte nenhuma possibilidade, Lima afirmou que sua decisão dependerá da vontade do povo do Amazonas.
“Eu não vim do mundo político. Estou aqui para cumprir uma missão e, se o povo do Amazonas entender que tenho que ficar até o final do meu mandato, eu fico […] Se acharem que eu tenho caminhar para um outro cargo, também irei cumprir essa missão”, declarou o governador.