Letícia Rolim – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Daniele da Silva Neves foi indiciada e presa na quarta-feira, 25/10, pelos crimes de agressão e tortura. Daniele era tia de Éverton Gabriel, de 2 anos, que morreu após sofrer diversas agressões. Seu companheiro já havia sido preso sob a mesma acusação.
“A gente fecha esse inquérito policial com o indiciamento de ambos pela tortura e morte dessa criança”, ressaltou a titular da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), delegada Joyce Coelho.
O casal, composto por uma mulher de 20 anos e seu companheiro de 23 anos, foi acusado de agredir e torturar a criança. O jovem foi preso após se apresentar na sede da Depca, no último dia 9.
Éverton Gabriel estava internado em estado grave no Hospital e Pronto-Socorro da Criança Zona Leste, e acabou morrendo na tarde do dia 10 de outubro.
A tia da vítima foi conduzida à Depca para prestar esclarecimentos, onde afirmou que a criança estava sob sua tutela e a do companheiro. No entanto, a justiça negou a prisão da tia da criança e expediu o mandado de prisão apenas para o seu parceiro.
A delegada titular da Depca ressaltou que ambos se acusaram mutuamente, mas as evidências apontaram para a prática de agressões contínuas. Laudos médicos identificaram várias lesões, hematomas cerebrais e uma isquemia antiga na criança, indicando um histórico de agressão.
“Eles se acusam, mas é inegável que ambos praticaram em algum momento as agressões. No caso, não foram agressões isoladas e isso foi apresentado no laudo da criança que identificou várias lesões, hematomas cerebrais, inclusive uma isquemia antiga”, explicou a delegada Joyce Coelho.
A criança havia ficado sob a guarda do casal por cerca de três meses, durante os quais sofreu inúmeras agressões e torturas. O caso agora está sob investigação para esclarecer o papel de cada um no crime.
O caso
A criança havia sido encaminhada ao Hospital e Pronto-Socorro Platão Araújo no dia 5/10, onde foi diagnosticado uma isquemia antiga e um hematoma cerebral que resultou na realização de uma neurocirurgia.
O caso chegou ao conhecimento da equipe de investigação após uma denúncia feita pela equipe do hospital que após o diagnóstico foi observado que havia hematomas antigos e novos característicos de agressão física e tortura.
“Nós tivemos conhecimento no dia 5 de outubro, quando uma guarnição da Polícia Militar foi acionada pelo Hospital Platão Araújo para conduzir até a Depca uma mulher de 20 anos de idade que é tia materna da criança de dois anos. A criança deu entrada no hospital já precisando ir para a sala de reanimação, muito lesionada e machucada. Quando identificaram que a criança havia sido agredida, notificaram a Polícia Militar”, explicou a delegada.
Ainda de acordo com a delegada, no dia 4/10, a criança fez suas necessidades fisiológicas no chão da residência do casal, o ato irritou o homem que começou a espancar o garoto. Além disso, a tia da vítima revelou que ambos já teriam batido na criança outras vezes.
Segundo o depoimento da tia, a criança foi abandonada pela genitora e vivia na casa de parentes e que estava três meses com eles. As agressões eram recorrentes e aconteciam por parte dela e do companheiro, o motivo seria porque a criança fazia as necessidades em qualquer lugar. A mesma alega que o garoto foi espancado no banheiro, inclusive caindo e batendo com a cabeça no chão