Gabriel Lopes – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Pai e filha morreram soterrados após um deslizamento de terra nesse domingo, 19/1, no bairro Redenção, na zona Centro-Oeste, após forte chuva. Esta tragédia anunciada ocorre 10 meses após um outro desabamento ter destruído diversas casas de moradores daquela área.
Os corpos de Jeferson Araújo Pereira, 32, e sua filha, Ester Amorin, 8, foram retirados na noite de domingo, 19, do local onde três casas foram destruídas pelo deslizamento. Outras três vítimas foram resgatadas com vida pelo Corpo de Bombeiros do Amazonas (CBMAM).
O vice-prefeito Renato Júnior (Avante), que esteve no local, explicou que uma ligação clandestina de água, feita por um morador da rua de cima pode ter causado a erosão, que foi intensificada pelas fortes chuvas que assolaram a capital amazonense nesse domingo.
“Essa intervenção irregular acabou umedecendo todo o terreno, e, com a chuva de ontem [sábado], ocorreu o desmoronamento. Portanto, não foi uma erosão convencional como as demais que costumamos observar”, afirmou Renato, que atuava até então como prefeito em exercício.
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Rendidos ao medo
Esta não é a primeira vez que pessoas que residem no bairro Redenção passam pela situação dramática de perderem tudo. Também em uma manhã de domingo, no dia 24 de março de 2024, várias casas foram destruídas depois de a terra cair após uma forte chuva.
Na época, o Portal RIOS DE NOTÍCIAS também esteve no local, onde os moradores denunciaram uma situação dramática em virtude da falta de infraestrutura e cansaço, após uma série de promessas por parte da Prefeitura de Manaus.
Solonidas de Oliveira Lemos, que viu sua casa ser destruída à época e teve cachorro morto após o deslizamento, disse que apesar da presença da Defesa Civil no local “foi a rápida ação dos vizinhos que ajudou a minimizar os danos e evitar uma tragédia maior”.



Outro morador, vítima do desabamento do ano passado, Diego Alvorada, afirmou que não há preocupação do poder público com ações preventivas, ao relembrar que três anos antes, um deslizamento havia ocasionado a morte de uma criança de sete anos.
“É lamentável que ainda estejamos enfrentando a mesma situação. Alguma coisa precisa ser feita para evitar novos acidentes. Há três anos atrás, o [prefeito] David Almeida estava aqui pedindo voto, dizendo que ia fazer uma galeria e que ia melhorar. E agora? Ele vai voltar aqui de novo?”, questionou Diego à época.
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Perigo constante
Dez meses depois, a comunidade da Redenção permanece em alerta, ciente dos riscos que enfrenta devido à infraestrutura precária e à falta de medidas preventivas adequadas. Passadas as eleições municipais, no início do segundo mandato de David Almeida (Avante), o risco se tornou real e duas pessoas perderam a vida na região.
“Neste momento de dor, direciono minhas orações e sentimentos aos familiares e amigos, desejando que Deus conforte seus corações e lhes dê forças para enfrentar essas difíceis perdas”, lamentou o prefeito ao decretar luto oficial de dois dias em memória das vítimas.



Soluções permanentes
Questionado durante entrevista ao riosdenoticias.com.br, Renato Júnior, que também é titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf), explicou que a Prefeitura de Manaus identificou que dos 650 pontos de risco na capital, 62 são de extremo risco.
“Destes 62, nós já fizemos 32 áreas de contenção em Manaus e sabemos que ainda temos muitas. Mas se aqui eu colocar uma máquina, ela vai trepidar e colocar em risco a vida de outras pessoas. E acima disso está a vida das pessoas que moram aqui e a vida do nosso servidor, do operador de máquina. A ação da prefeitura é contínua”, respondeu.












