Lauris Rocha – Rios de Notícias
AUTAZES (AM) – O desembargador federal Marcos Augusto de Souza, em exercício na Presidência do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), derrubou na última sexta-feira, 9/2, a decisão que havia proibido a exploração de potássio em Autazes, no interior do Amazonas.
O potássio é uma importante matéria-prima para a produção de fertilizantes, elemento vital para o agronegócio. O município de Autazes, a 111 quilômetros de Manaus, tem uma imensa mina de cloreto de potássio de classe mundial que atraiu os investimentos da mineradora Potássio do Brasil, subsidiária da Brazil Potash Corp.
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Nesse sábado, 10/2, o deputado federal licenciado, Fausto Vieira dos Santos Júnior comemorou em seu Instagram a derrubada da decisão contra a licença para exploração de potássio em Autazes.
“É um passo significativo para o progresso da nossa região. Agradeço ao desembargador federal Marcos Augusto de Souza, vice-presidente no exercício da presidência do TRF-1, por compreender a importância do equilíbrio entre crescimento econômico e preservação ambiental” destacou.
Fausto Júnior ainda ressaltou que o desenvolvimento responsável é a chave para garantir que as gerações futuras possam usufruir da riqueza da região sem comprometer o meio ambiente.
Duelo de titãs
Na região amazônica aliar economia e preservação ambiental sempre foi um histórico duelo de titãs, entre grandes empresas internacionais, Ongs, povos originários e seus descendentes que vivem e produzem há anos na floresta. A rica mina de Autazes fica sobre a Terra Indígena Soares/Urucurituba. Nela, vivem o povo Mura.
Em março de 2022, um poço de prospecção da mineradora Potássio do Brasil foi perfurado às margens do Lago da comunidade Soares, na bacia do rio Madeirinha que banha o município de Autazes – e faz parte da bacia do rio Madeira, no Estado do Amazonas. Na época a perfuração dividiu opiniões, alguns indígenas venderam seus terrenos a mineradora e outros foram resilientes em não vender.
A extração do Potássio em Autazes
Na área do Projeto, a empresa Potássio do Brasil pretende extrair a 800 metros de profundidade e utilizando alta tecnologia o Potássio, minério encontrado em uma rocha chamada Silvinita, um sal constituído por Cloreto de Potássio (Silvita) e Cloreto de Sódio (Halita ou sal de cozinha). Ao realizar em sua futura fábrica na superfície a separação dos sais a empresa produzirá um dos mais importantes fertilizantes do mundo, o Potássio.
Com isso, o agronegócio brasileiro poderá ser abastecido pelo fertilizante produzido diretamente no Brasil e reduzir a dependência que possui de importação deste produto em uma escala de 20%. Atualmente o Brasil importa 95% do Cloreto de Potássio consumido no país.