Redação Rios
MUNDO – Após ser empossado presidente dos Estados Unidos, na última segunda-feira, 20/1, Donald Trump afirmou que os países-membros dos Brics, grupo de nações emergentes que inclui o Brasil, parecem tentar prejudicar a economia norte-americana.
“Acho que (os países do Brics) estão procurando prejudicar os Estados Unidos; e, se fizerem isso, não ficarão felizes com o que vai acontecer”, disse Trump, que considera que os EUA não possuem “bons acordos” com a maioria dessas nações. “Não fazemos nenhum bom acordo. Temos um déficit com quase todos.”
Ele afirmou também que a América Latina é dependente dos Estados Unidos. “Eles (América Latina) precisam de nós muito mais do que nós precisamos deles. Aliás, todos precisam de nós”, disse Trump, afirmando que a relação de seu país com a região, inclusive com o Brasil, é “excelente”.
Canadá e México na mira das tarifas
A declaração foi dada enquanto Trump assinava decretos em seu primeiro dia de seu novo mandato. Aos jornalistas, Trump citou a possibilidade de aplicar tarifas de 25% ao México e ao Canadá, mas disse que a alíquota ainda será definida.
O presidente também não revelou quais produtos seriam taxados. “Se você quer evitar tarifas, tudo o que você precisa fazer é construir sua fábrica nos Estados Unidos”, afirmou Trump, que acrescentou que deseja que muitos trabalhadores estrangeiros continuem indo para o país, desde que de forma legal.
De acordo com o New York Times, Trump determinou que as agências federais começassem a estudar uma lista de produtos, o que pode resultar em novas taxas nos próximos meses.
Segundo o jornal americano, Trump pediu atenção especial aos déficits comerciais e aos acordos assinados com a China, o Canadá e o México.
Um dos alvos do novo presidente é uma isenção fiscal específica que vale para produtos de baixo valor. A brecha permitiu, na visão de Trump, que os Estados Unidos fossem inundados por mercadorias chinesas sem taxação.
O novo presidente e sua equipe desenham um novo formato de tarifas que pode incluir uma taxação universal para produtos de todo o mundo, uma tarifa mais alta sobre a China e medidas específicas para atingir México e Canadá.
A apreensão do governo e de empresários do Canadá
Membros do governo do Canadá e líderes empresariais do país pareciam aliviados nesta segunda-feira, 20, quando ficou claro que a nova administração Trump não iria impor tarifas de 25% sobre produtos canadenses no primeiro dia de mandato. A ansiedade, porém, retornou depois que o novo ocupante da Casa Branca disse, já na noite desta segunda, em conversa com a imprensa, que poderá impor tarifas sobre importações vindas do Canadá e México já a partir do próximo dia 1º.
“A única coisa que aprendemos é que o presidente Trump pode ser imprevisível,” disse Dominic LeBlanc, ministro das Finanças do Canadá. “Nosso país está absolutamente pronto para responder.” LeBlanc acrescentou que o Canadá está disposto a abordar as preocupações de Trump sobre imigrantes e drogas que entram nos Estados Unidos pela fronteira norte — uma das justificativas citadas por Trump para impor as tarifas.
Em relação especificamente à China, Trump lembrou que, em seu primeiro mandato, impôs “grandes tarifas” aos produtos do país, especialmente no aço, o que ajudou a manter empresas de siderurgia funcionando nos EUA.
*Com informações da Agência Estado