Elen Viana – Rios de Notícias
ITACOATIARA (AM) – O candidato a vereador municipal Sóstenes Adiel Pereira Batista, conhecido como Totti Adiel (União Brasil), suspeito de agressão física contra sua ex-companheira, tenta a reeleição no município de Itacoatiara, a 270 quilômetros de Manaus.
Em março deste ano, a Câmara Municipal de Itacoatiara aceitou a denúncia que pedia a cassação do mandato do parlamentar devido a justificativa de que ele teria cometido quebra de decoro parlamentar por causa das acusações de agressão contra a ex-companheira. Porém, o vereador recorreu da decisão, alegando supostas violações no regimento interno e no Código de Ética.
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Em maio, o desembargador Délcio Luís Santos, do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), suspendeu o processo político administrativo contra Totti, afirmando a necessidade de garantir as condições de defesa para o acusado.
O parlamentar afirmou em nota nas redes sociais que as acusações eram falsas: “Perseguição política e acusações de ser reincidente em um crime que sequer cometi”, disse ele.
A candidatura à reeleição do vereador gerou debates entre os defensores dos direitos das mulheres de Itacoatiara, que defendem que o candidato não deveria concorrer ao cargo.
“Deixo muito claro que isso não é uma perspectiva de perseguição, mas sim a perspectiva de alguém que ocupa um cargo público. Estamos falando de um cargo parlamentar municipal, que deveria ser utilizado para defender as mulheres, criar programas e fiscalizar o enfrentamento da violência e do feminicídio. No entanto, o parlamentar não demonstra nenhuma atitude de mudança, mesmo em um município com altas taxas de violência”, afirmou a representante do direito das mulheres em Itacoatiara, Tânia Chantel Freire.
Entenda o caso
O vereador tem três boletins de ocorrências virtual por violência doméstica. Segundo informações do Boletim de Ocorrência, a jovem estava cuidando dos filhos de Totti quando soube que o vereador estava em um flutuante bebendo com amigos.
Ela decidiu levar as crianças para a casa da sogra e, ao retornar, comunicou ao vereador que não queria mais ficar casada com ele. Na ocasião, Totti a puxou pelo braço, pelos cabelos e a agrediu. A mulher conseguiu sair da casa com a ajuda da irmã, que também foi agredida pelo vereador.
Em outra situação ele teria descumprido a medida protetiva de afastamento.