Júlio Gadelha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Os vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM) rejeitaram, nesta segunda-feira, 18/11, um requerimento apresentado pelo vereador William Alemão (Cidadania), que solicitava a apresentação do contrato de R$ 114 milhões firmado entre a Prefeitura de Manaus e a empresa Murb Manutenção e Serviços Ltda., responsável pelos serviços de limpeza pública na cidade.
O pedido também incluía acesso aos termos aditivos relacionados à renovação contratual. A proposta foi derrubada por 17 votos a 13.
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Alemão destacou que o requerimento estava relacionado ao contrato original de 2023, renovado em 3/10 de 2024. Segundo ele, a renovação, somada ao contrato inicial, já totaliza um gasto de R$ 334 milhões pela Prefeitura de Manaus com a empresa Murb.
Vale destacar que a empresa Murb pertence ao empresário José Curcino Monteiro Neto, padrinho de casamento do prefeito David Almeida (Avante), o que levanta desconfianças sobre a não divulgação do contrato.
De acordo com o parlamentar, os contratos não estão disponíveis no Portal da Transparência da Prefeitura, o que motivou o pedido. Alemão ressaltou que, em 2021, durante a vigência de um contrato emergencial de limpeza pública, sem licitação, da mesma empresa, no valor de R$ 40 milhões, ele havia solicitado uma cópia do documento e obteve acesso diretamente com o então secretário da pasta.
“Naquele caso, recebi o contrato das mãos do secretário, dentro da sala da Presidência, e pude analisar se estava certo ou errado”, afirmou o vereador.
Momentos antes da votação do requerimento, ao perceber que a base do prefeito articulava a rejeição do pedido, William Alemão reforçou a necessidade de mais transparência no Executivo municipal.
“O que eu peço é o que venho pedindo sempre: mais transparência. Esses contratos precisam estar disponíveis no Portal da Transparência para que qualquer cidadão possa consultá-los e entender o que eles regem”, disse.
Apesar de nenhum vereador se manifestar diretamente contra o requerimento, a maioria votou por derrubar o pedido de informações. A votação foi realizada de forma simbólica, o que impede a identificação de como cada parlamentar votou.