Patrick Motta Jr – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O trânsito de Manaus continua a ser cenário de tragédias. Dados atualizados do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) revelam que, de janeiro a novembro de 2024, 292 pessoas perderam a vida em acidentes fatais na capital amazonense, uma média de 26,5 mortes por mês.
Apenas em novembro, 22 vidas foram perdidas em sinistros fatais, consolidando um aumento preocupante nos índices de mortalidade no trânsito.
Entre as principais vítimas estão os motociclistas, que lideram as estatísticas com 146 condutores mortos, um aumento de 39% em relação aos 105 registrados no ano anterior. Pedestres também enfrentaram um crescimento preocupante: 76 mortes em 2024, contra 68 no mesmo período de 2023, representando um aumento de 11,8%.
Outras categorias de vítimas, classificadas como “não informadas”, apresentaram uma alta de 166,7%, evidenciando lacunas no detalhamento dos dados.
Tipos de acidentes
Os principais tipos de acidentes que levaram a óbitos em Manaus em 2024 foram:
- Atropelamentos: 79 casos (aumento de 19,7%)
- Colisões entre veículos: 127 casos (aumento de 35%)
- Choques contra objetos imóveis: 34 casos (aumento de 48%)
- Quedas de veículos: 24 casos (aumento de 20%)
Segundo o engenheiro de trânsito Manoel Paiva, a imprudência e a imperícia dos condutores, aliadas à falta de sinalização adequada e fiscalização insuficiente, são as principais causas desses acidentes fatais.
“A alta velocidade, as manobras perigosas, a direção sob efeito de álcool ou por motoristas sem habilitação estão entre os principais fatores. A ausência de fiscalização consistente contribui para a impunidade e perpetua comportamentos perigosos no trânsito”, afirmou o especialista.
Vias mais perigosas
Um levantamento do IMMU apontou que o Rodoanel Metropolitano, conhecido como “Rapidão”, e a avenida Torquato Tapajós lideram como as vias mais perigosas da capital, com 17 mortes registradas entre janeiro e setembro de 2024.
Em seguida, aparecem a avenida Autaz Mirim e a alameda Cosme Ferreira, com 12 mortes cada, seguidas pela avenida Noel Nutels, com 11 mortes, e a avenida Brasil, com 9 registros fatais. A avenida Governador José Lindoso, também chamada de Avenida das Torres, somou 8 mortes no mesmo período.
A análise por regiões da cidade mostrou que as zonas Norte e Leste concentram o maior número de fatalidades. A zona Norte registrou 71 mortes, representando um aumento de 28%, enquanto a zona Leste contabilizou 55 vítimas, um crescimento de 22%.
Em comparação, as zonas Oeste e Sul registraram 58 e 41 mortes, respectivamente, com crescimentos de 23% e 16%. Já as zonas Centro-Sul e Centro-Oeste apresentaram números menores, com 18 e 9 mortes, respectivamente, mas ainda assim mostraram aumento em relação ao ano anterior.
Com o crescimento contínuo da frota de veículos e a intensificação das tragédias no trânsito, especialistas e autoridades reforçam a necessidade de medidas urgentes. Investimentos em educação no trânsito, melhoria da infraestrutura viária e fiscalização mais rigorosa são apontados como soluções cruciais para conter a violência no trânsito.