Letícia Rolim – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Localizado no Centro histórico de Manaus, o Museu do Crime mostra por meio de casos a relevância do Poder Judiciário do Amazonas na sociedade. O espaço, idealizado pelo Tribunal de Justiça em 2014 e atualmente sob a responsabilidade da Secretaria de Cultura no Palácio da Justiça, guarda objetos e histórias que traçam a trajetória da cidade.
Quem visita o museu é convidado a uma viagem única pelas histórias e casos jurídicos que repercutiram nacional e internacionalmente. A exposição “Do Crime ao Castigo” tem sido um atrativo para turistas e curiosos, despertando sentimentos de medo, curiosidade e surpresa. O espaço abriga uma coleção impressionante de objetos utilizados para cometer delitos, desde armas até motosserras, que compõem o acervo criminal.
Uma das áreas mais intrigantes é a “Sala dos Crimes”, um espaço que abriga uma coleção impressionante de objetos utilizados para cometer delitos, desde armas até motosserras, que compõem o acervo criminal. Entre as exibições notáveis encontra-se o caso ‘Delmo Pereira’, que ganhou grande repercussão e estampou durante meses as capas de quase todas as edições dos jornais da empresa.
Para Kariny Moura, que visitou e conheceu o Museu pela primeira vez, a exposição é uma maneira de visitar o passado.
“É tudo muito interessante, pois é uma outra realidade, é um outro tempo. É tudo diferente do que é hoje, quando a gente chega nesse espaço e tem esse contato com as armas, mas ao mesmo tempo com a arte, é como se de fato a gente fizesse uma viagem no tempo”, disse Kariny.
Outra área da exposição é o Tribunal do Júri, que reproduz características semelhantes ao do Tribunal de Justiça, onde crimes contra a vida eram julgados pelo Conselho de Sentença. Essa recriação permite que os visitantes compreendam o funcionamento e a ordem do julgamento, assim como o papel de cada participante.
O Museu do Crime oferece entrada gratuita ao público, e funciona dia de segunda, e de quarta a sábado das 9h às 17h.
O museu fica localizado Avenida Eduardo Ribeiro, 833, no Centro histórico de Manaus e é um ótimo lugar para visitar se você for uma pessoa que gosta de histórias sobre crimes reais.
Caso Delmo
O Caso Delmo se tornou um dos crimes mais famosos de Manaus. O crime aconteceu em 1952, quando Manaus era uma cidade pacata e sem muitos acontecimentos que chamavam atenção.
“O caso Delmo foi um caso que repercutiu bastante na década de 50, pois nesse período Manaus ainda era uma cidade pequena, toda a violência que teve nesse caso chamou a atenção, houve uma repercussão nacional, com matérias em várias revistas e jornais, além de ter repercutido internacionalmente também”
Hany Candido, turismóloga
Delmo Campelo Pereira era um jovem estudante, filho do dono da Serraria Pereira e levava uma vida razoavelmente boa para a época. Mas isso não o impediu de assaltar a serraria do pai para usufruir do dinheiro em casas noturnos, onde supostamente passava seu tempo.
Delmo pegou um carro com o taxista José Honório Alves da Costa e se dirigiu até a serraria do pai. Ao chegar no local, o jovem tentou despistar o vigia Antônio Firmino da Silva, alegando que havia um princípio de incêndio. Como não conseguiu, Delmo o agrediu usando uma chave de fenda e o atingiu pelas costas.
O jovem não teve sucesso em pegar o dinheiro, mas encontrou uma arma de calibre 38. Delmo retornou para o carro e notou que o motorista havia visto toda a sua ação, então decidiu tirar a vida de José Honório com dois tiros na costa, pois o mesmo foi testemunha ocular.
Essa ação desencadeou grande revolta da classe de taxistas, os detalhes do crime o seu fim estão em exposição no Museu do Crime.